segunda-feira, 8 de novembro de 2010

ARTIGO - Seleção Interna, os 3 C´s…

(*) Por Jorge Guzo

Temos que eleger alguém para um cargo de extrema relevância na empresa; há alguns candidatos internos que podem ser promovidos para essa função, daí o desafio; quem escolher? Qual é o melhor candidato?

Quais são os principais critérios que adotaremos para escolher o profissional que ocupará esse importante cargo?
“Competência”, sem dúvida é um dos critérios mais aplicados nos processos de seleção interna ou externa.

Competência, as vezes é interpretada simultaneamente como desempenho, quando olhamos para a atuação do profissional no passado, isto é, competência ou desempenho é o resultado conseguido em tarefas e projetos pelo profissional utilizando-se menos ou menor recurso possível (financeiro, equipamento, pessoal, tempo), enfim se o profissional conseguiu ótimos resultados com utilização de recursos mínimos, conseqüentemente esse profissional possui “competência” ou comprovou um desempenho ótimo na tarefa executada.

Outra forma utilizada para definir competência é a aplicação da formula: Competência = Conhecimento + Habilidade + Atitude; Conhecimento das atribuições do cargo, Habilidade para aplicar o conhecimento e Atitude apropriada no relacionamento com as pessoas.

Essa formula (Competência = C + H + A) pode ser aplicada numa avaliação do profissional no presente, seria o retrato do desempenho do profissional no presente, como ainda pode ser aplicada numa avaliação do possível desempenho futuro do profissional, isto é, fazer um prognóstico; o profissional possuirá no curto ou médio prazo o conhecimento para atuar no novo cargo; também terá no novo cargo habilidade técnica e administrativa e por ultimo terá atitude apropriada de gestor com subordinados, pares e superiores; é uma aposta da empresa no profissional (promoção).

“Profissionais são admitidos por aptidões técnicas e operacionais, depois são promovidos ou fracassam por habilidades ou inabilidades de lidar com pessoas”…
Outro critério importante na seleção de um profissional é a “Confiança” na pessoa; sabemos de antemão que para confiarmos em alguém é necessário por natureza ter um convívio mínimo com a pessoa. Precisamos constatar se a pessoa é íntegra, honesta…age de acordo com seus valores, cumpre com os compromissos assumidos; precisamos constatar se a pessoa é sincera… fala apropriadamente o que pensa; precisamos constatar se a pessoa se relaciona com os colegas de forma transparente e respeitosa…

O outro critério (não necessariamente o ultimo) a ser aplicado numa avaliação é “Comprometimento” do profissional com a estratégia e principais objetivos da empresa, é o tamanho da motivação desse profissional para desenvolver as suas tarefas e desafios, é a dedicação desse profissional para ajudar os seus subordinados e colegas no desempenho das suas atribuições, é a vontade de realizar coisas que tragam ótimos resultados para a empresa e para as pessoas da empresa.

“Competência”, “Confiança” e “Comprometimento”, os “3 C´s”, qual deles é o mais importante na sua avaliação? Qual seria o critério que você adotaria como o mais importante e definitivo?

A situação ideal na empresa seria ter os três critérios presentes simultaneamente no profissional de forma consistente e balanceada, mas regularmente no mundo corporativo real isso não acontece, então, de que forma devemos proceder?

Indo direto ao ponto: o critério mais importante e definitivo na avaliação deve ser “COMPETÊNCIA”, em seguida viriam “Confiança” e “Comprometimento”.

Se escolhêssemos em primeiro lugar o critério Confiança, estaríamos escolhendo a pessoa que confiamos, e se ela não possuir competência para desenvolver as suas atribuições não conseguirá atender as responsabilidades do cargo e não traria os resultados desejados e exigidos pela empresa, a consequência será a demissão dessa pessoa, mesmo que demore. Há muitos casos no mundo corporativo que gestores se cercam de “amigos” no trabalho, mas a experiência mostra que esse quadro é insustentável no tempo, se não houver competência presente.

Se escolhermos o critério “Comprometimento”, poderemos eleger um profissional muito motivado, com vontade imensa de realizar, mas se não possuir competência o profissional não conseguirá desenvolver as tarefas e projetos que o cargo exige e não conseguirá atingir os resultados desejados pela empresa. Quem ainda não gerenciou um profissional super motivado e comprometido, que ainda não estava capacitado 100% para a função? Dá muito trabalho, não é mesmo? Paciência é fundamental, nesse caso e vale muito a pena investir nesse profissional.Dois principais objetivos de um LIDER para com o subordinado: Capacitação (desenvolvimento) e Motivação.

Importante e oportuno ressaltar que num processo de seleção interna os 3 C´s são visíveis e são constatados em forma de evidências, enquanto que num processo de seleção externa, a avaliação dos 3 C´s é um processo baseado em percepções sem fatos e evidências; entrevistas e testes não valem a mesma coisa que as constatações observadas de um funcionário interno, dessa forma, seleção externa traz mais riscos na contratação evidentemente. Cuidado na sua empresa, porque muito gerentes conhecendo “alguns defeitos” do candidato interno, super valorizam esses defeitos e preferem contratar um candidato externo… que no final das contas desconhecem os seus defeitos e não sabe ainda da sua competência.

Como gestores, devemos fazer todo o possível em optar pela seleção interna e efetivarmos promoções do nosso pessoal; dessa forma a empresa daria um sinal claro que os líderes da empresa capacitam pessoas, acreditam no potencial e desenvolvimento das pessoas, reconhecem o desempenho delas e recompensam os seus profissionais de forma justa.

Jorge Guzo é consultor de empresas, professor em cursos de graduação e pós-graduação e foi secretário de Administração e Modernização em Santo André (SP)

CONTATO: guzo@guzo.com.br

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