segunda-feira, 25 de outubro de 2010

ARTIGO - A Rebimboca da Parafuseta ainda está em cartaz. Por quanto tempo mais ?

(*) Por Flávio Guimarães

Em atenção ao convite que me fez Nelson Tucci, diretor da Virtual Comunicação, para escrever um artigo sobre um tema que diga respeito ao mundo corporativo, dei uma passada por aqui a fim de reconhecer o ambiente. Primeiramente, parabéns pelos 16 anos de atividades da Virtual e pela proposta de traduzir em parâmetros de qualidade e competência o amadurecimento adquirido desde a fundação da empresa. Entre uma leitura e outra tive a atenção despertada pelo artigo de Adriano Santos, Coordenador de Marketing da Orion Cymbals.

Adriano descreve o atual estágio do comércio varejista, submetido à velocidade dos avanços tecnológicos. Tais avanços criam estratégias e métodos de venda específicos para atender às necessidades do cliente. Quem não se adaptar, vai perder dinheiro e mercado.

A competitividade sempre foi um fator decisivo no posicionamento de qualquer empresa que se proponha a permanecer e/ou ampliar a faixa de sua atuação em determinados segmentos. E o setor de varejo não é diferente. O coordenador de marketing da Orion Cymbals dá dicas importantes para quem está ou pretende estar entre os primeiros do mercado em volume de vendas e estratégias inovadoras de venda.

O ponto que mais me chamou a atenção foi a dificuldade do empresário brasileiro em se moldar às novas exigências do consumidor, enquanto, no exterior, o varejo se adapta com muita velocidade ao comprador. O “papo de vendedor” já não é importante. É preciso traduzir em vantagem real para o consumidor qualquer compra que ele faça. Tanto mais quando há produtos a preços tão baixos que levantam suspeitas sobre a sua origem, qualidade e eficiência e, por outro lado, artigos de marcas que agregam valor e elevado conceito a cada aquisição buscando seduzir e satisfazer, por inteiro, ao comprador.

Pois é da satisfação do cliente que eu quero falar, mas no setor de prestação de serviços. Como diria um certo presidente, “nunca antes, neste país”, se tratou tão mal e porcamente o cidadão que precisa consertar um eletrodoméstico, um cano d'água rompido, ou o automóvel, para citar poucos exemplos. A impressão que fica, quando se precisa contratar mão de obra, serviços ou assistência técnica especializados para uma necessidade qualquer, é a de que você é tratado como o trouxa da hora.
Pouco caso, desconsideração, prazos de espera intermináveis, reparos mal feitos e preços despropositados parecem ser os pilares bizarros em que se apoia o ramo da prestação de serviços. Senão, vejamos:

• Você leva o carro à oficina e após algum tempo lá vem o “perito” balançando a cabeça, como a dizer “a coisa tá feia, compadre, se prepare”. E muitos desses “peritos” não se acanham em adotar o conhecido e desonesto discurso da rebimboca da parasufeta ao descrever os defeitos do veículo.
• A casa precisa de uma nova pintura. O especialista, no entanto, desfia um rosário interminável de reparos e procedimentos que antecedem a aplicação da tinta de tal modo que o branco, de susto, toma conta da casa e do infeliz contratante.
• O técnico da máquina de lavar é chamado às pressas. O eletrodoméstico pifou com o cesto giratório cheio de roupa. Conseguir uma vaga na agenda desse profissional é quase tão difícil quanto marcar uma consulta no serviço público de saúde. Faz parte da “estratégia” deixar a dona de casa alucinada, disposta a pagar o que for preciso para consertar a lavadora.
• Equipamento cada vez mais importante nos lares de hoje, o computador é outra fonte de preocupação e aborrecimento na hora de um conserto. Formatação de hard disk, reconfiguração de sistema, upgrade de memória, overclock de processador, bytes, megas, gigas e teras depois lá vem a cacetada. E o computador, de volta à ativa, continua lento, instável e travando como sempre. Mas o orçamento estourou e você entrou no cheque especial.

Essa conduta equivocada, cretina e antiprofissional não é, aliás, privilégio do pequeno prestador de serviços, como há de se supor. Grandes empresas têm incorrido no mesmo erro, sem constrangimento. De montadoras a concessionárias de automóveis. De fabricantes de televisores de plasma a oficinas autorizadas de reparos. De canais de TV por assinatura a provedores de banda larga de Internet. Tem de tudo, a escolher. A prestação de serviços, no Brasil, é lamentável.

Já passou da hora de repensar o setor de prestação de serviços. Brevemente valerá mais a pena comprar um novo equipamento para substituir o que pifou ou trocar de automóvel, como no exemplo dado por Adriano Santos, do que pagar preços altíssimos por reparos ineficazes e mal feitos. Aliás, em muitos casos, isso já está acontecendo. Tem sido mais comum lá fora, mas também por aqui já se verifica a tendência. Fruto da decepção do consumidor, cansado de ser lesado por oportunistas de plantão. O que prenuncia, fatalmente, que o prestador de serviços dessa natureza vai ter que encontrar o que fazer no futuro. Enganar o cliente não terá mais lugar.

(*)Flávio Guimarães
Radialista, jornalista, locutor e redator publicitário
Editor do blog FG-News, onde os fatos se encontram
http://www.fg-news.blogspot.com

3 comentários:

  1. A rebimboca da parafuseta está em alta realmente no mercado Brasileiro, principalmente no segmento de serviços, aonde temos atendimentos precários. Quem nunca teve problemas com telefonia, tv acabo ou internet? Realmente a lei da oferta da procura não dá opções ao consumidor, dizer que existe legislação que proteja o consumidor, seria uma piada se essa cláusula com texto confuso não estivesse no contrato online que essas empresas fornecem. Atender a real necessidade cada vez mais vai crescer no país, e consumidor mais exigente está aparecendo. O grande problema é que o Brasil nunca teve um grande acesso a esses serviços, agora esta se popularizando, porém o consumidor aceita qualquer coisa, afinal enfim está podendo ter “banda larga”, que por sinal ainda é muito lenta.
    Parabéns pelo texto Flávio Guimarães, nós da comunicação social devemos cada vez mais fazer este papel ter interlocutores da sociedade doméstica e empresarial.

    Adriano Santos
    Coordenador de Marketing Orion Cymbals

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  2. Obrigado, Adriano Santos. É isso mesmo. Se todos agirem conjuntamente o resultado será mais sólido na defesa dos interesses da sociedade doméstica e empresarial, como você diz. Foi com base em seu artigo que escrevi o meu. Não deixa de ser o desdobramento de uma ação, com base no mesmo interesse: a satisfação geral.

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  3. Ao Adriano e ao Flávio os agradecimentos da Virtual Comunicação, preocupada em levar sempre a melhor informação e Artigos refletindo modernos conceitos e opiniões sobre assuntos que interferem no dia a dia de pessoas e empresas.
    Tenham este espaço como de vocês, para novos artigos, informações e intervenções.

    Abraços,

    Nelson Tucci / Virtual Comunicação

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