(*) Por João Marcos Rainho
A política se transformou numa confraria de amigos. Uma espécie de sociedade semi-pública para troca de favores. Parece uma espécie de maçonaria. Nesses tempos de pragamatismo econômico, ser maçon rende dividendos segundo alguns conhecidos meus. Apesar da instituição não pregar a troca de favores para prejudicar um outro cidadão não-iniciado, a prática de muitos neo-maçons é entrar na instituição para ter algum benefício nos seus negócios. Ora, isso não tem funcionado tão bem como no meio político, a nova sociedade não-secreta com atos secretos.
Ser político é ter garantido uma boquinha em órgão público mesmo tendo perdido eleição. E essa prática não vale apenas para candidatos a cargos no executivo ou legislativo. Militantes, secretário e assessores – não concursados, lógico – do segundo, terceiro e quarto escalões tem emprego garantido até quando a legenda perde. PDSD e PT são os partidos que mais cultuam esse pleno-emprego da lealdade pragmática politiquenha.
No primeiro escalão a praxe é político sem experiência no setor da pasta que assumiu. Os Tucanos inauguraram a era da “gestão”. No seu novo vernáculo, o bom gestor – leia-se político – não precisa ter experiência empresarial , pública ou acadêmica relativa a secretaria, autarquia ou instituição que vá assumir. Basta ser um bom gerente.
E bom gerente para políticos significa duas coisas, além de tocar a burocracia do dia a dia: ter boa memória e ser sabonete com a mídia e o público. Ter boa memória para decorar números do setor que vai assumir. Você já deve ter lido nos jornais e ouvido na TV os políticos responsáveis pelo transporte, meio-ambiente, saúde, segurança, etc, que acabaram de assumir citando de cor estatísticas. Parecem que entendem do assunto. É a decoreba também em prática no meio educacional: não é importante saber e sim decorar. A outra qualificação, que é fruto da primeira, é saber enrolar a todos os interlocutores sociais.
Um amigo meu há mais de 20 anos tem pleno emprego. Após um desemprego crônico, optou a se engajar em campanha política. Seu candidato ganhou e ele ganhou um cargo. Depois seu candidato perdeu reeleição e ele foi remanejado para outro órgão dominado pelo partido que ganhou em outra instância. Já foi entendido em saúde, educação, transporte, meio ambiente, sempre em cargos de direção ou vice-direção.
Se você está desempregado ou quer um emprego mais seguro, não se desespere. Procure um partido competitivo, e faça a prova iniciática sendo militando não remunerado. E os resultados? Bem, resultados nesse caso é igual a iniciativa privada. O bom gerente não precisa ser competente, tem que parecer competente. E gerar riquezas para seus acionistas, e não necessariamente para a comunidade. No caso "classe" política, você sabe quem são os acionistas...
(*) JM Rainho é jornalista
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
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