Com investimentos de R$ 11,6 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e uma perspectiva de trabalho de três anos, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT) vai pesquisar alternativas para a obtenção de silício de grau solar (SiGS), destinado à fabricação de células fotovoltaicas para a geração de energia elétrica quando expostas à luz natural.
Tradicionalmente, essa matéria-prima é obtida a partir da sucata na produção de silício de grau eletrônico (SiGE), que é aplicado na fabricação chips. O processo de obtenção do SiGE atinge o maior nível de pureza entre os diferentes tipos de silício, algo como 99,9999999%. No caso do SiGS, o grau de pureza é menor, entre 99,999% e 99,99999%.
O Brasil não possui produção de SiGE, apesar do governo federal ter interesse nessa tecnologia há pelo menos uma década. O país, no entanto, é um dos maiores produtores mundiais de silício grau metalúrgico (SiGM), que tem pureza de 98,5% a 99% e é empregado em ligas de alumínio para a indústria aeronáutica e automobilística, entre outras. Aqui são produzidas cerca de 200 mil toneladas por ano de SiGM.
Já é evidente a falta de matéria-prima no mercado mundial e há uma corrida entre diversos países pela obtenção do SiGS a partir da rota metalúrgica. Outro fator que estimula a pesquisa da rota metalúrgica é a possibilidade de agregar valor à produção de silício, já que o SiGM alcança um preço de aproximadamente 1,5 dólar por quilo, enquanto o SiGS varia entre 30 e 60 dólares por quilo.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
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