terça-feira, 28 de julho de 2009

Os doutores da Amazônia

O cientista Ângelo da Cunha Pinto, químico da Universidade Federal do Rio de Jnaeiro (UFRJ), foi um dos participantes da
61ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada de 12 a 17 de julho último, com cerimônia de abertura realizada nas imediações do centenário Teatro Amazonas, em Manaus.

Na oportunidade, o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, abriu o maior encontro científico do País, destacando a ampliação do número de doutores formados no estado do Amazonas. "Este evento em Manaus trouxe pessoas de todo o país, mas, sobretudo, a atenção do Brasil para a ciência na Amazônia. O Amazonas, em particular, progrediu muito nos últimos anos nesse aspecto. Em 2000, o Amazonas tinha cerca de 250 doutores e hoje tem quase 1,5 mil", disse ele.

O presidente da SBPC, Marco Antonio Raupp, destacou a biodiversidade da Amazônia e a conservação e utilização da floresta. E comentou: "Há esforços coletivos sendo feitos para a criação de um modelo de desenvolvimento da Amazônia que traga à sociedade independência econômica sem prejuízo ao meio ambiente. Com a contribuição do conhecimento científico - em especial aquele que é produzido na região -, esse modelo poderá levar o Brasil a uma situação inédita: tornar-se a primeira potência ambiental do planeta", enfatizou Marco Raupp, acrescentando que a região "é fundamental para a manutenção da vida no planeta".

E adiante defendeu um modelo próprio: "Será preciso um esforço de todos para criar um novo modelo. O modelo de construção de riqueza de São Paulo, ou do Sul, não serve para a Amazônia. Não apenas por causa das diferenças geográficas, mas também porque o novo modelo deve ser criado em uma fase da sociedade na qual é impossível pensar em desenvolvimento sem sustentabilidade social e ambiental".

Em entrevista à Globo News, Ângelo da Cunha Pinto chamou a atenção para o número de doutores naquela região. Segundo ele, "desenvolvimento é feito com doutores". Lembrou que o País forma cerca de 10.000 doutores por ano e a região amazônica toda reúne pouco mais de 1.000. Em sua avaliação, seriam necessários pelos menos 10.000 doutores trabalhando na Amazônia, com salários diferenciados através de um Programa Nacional de Desenvolvimento criado para tal.

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