segunda-feira, 14 de março de 2011

Micros e pequenas empresas expandem atividades em São Caetano, diz Pesquisa da USCS

Menina dos olhos do Grande ABC, São Caetano concentra grande parte das famílias com maior renda da região. A característica é vista com interesse pelos micro e pequenos empreendedores. E o resultado é o incremento anual de 450 novos negócios no município.

Esta expansão é apenas de micro e pequenas empresas, formais ou informais. E o histórico de quem atua na cidade confirma a boa aceitação. Dentre os setores indústria, comércio e serviços, 66,4% dessas companhias formais estão em atividade por mais de cinco anos. E 61,4% das informais persistem há mais que um quinquênio.

Para o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), após abertas, as micro e pequenas empresas passam, em média, por período de maturação de cinco anos. Portanto, tudo indica que aquelas que ultrapassarem esse percurso conquistaram seu espaço no mercado.

PESQUISA - Os dados são do levantamento realizado pelo Inpes/USCS (Instituto de Pesquisa da Universidade Municipal de São Caetano), à pedido da Sedert (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Relações de Trabalho).

As informações foram coletadas no ano passado. O Inpes/USCS entrevistou 900 empresas formais, refletindo aproximadamente 6.000, com margem de erro de 3%.

Outras 300 informais participaram, tendo em vista que só entram aqueles negócios que são estabelecidos, ou seja, com informações, ou conhecimento público, sobre sua existência.

Segundo o coordenador do Inpes/USCS, Leandro Prearo, a expansão do segmento de micro e pequenas empresas em São Caetano é forte. "Temos 7% destes negócios formais em atividade há menos de um ano. E da forma que está crescendo, é importante que seja fomentada a demanda dessas empresas", avaliou.

A preocupação de Prearo se dá pelos setores que apresentam maior ingresso no município, o de serviços e o comércio, principalmente do setor de vestuário e alimentação.

E para estimular a necessidade da população, tanto da cidade quando de fora, pelos produtos e serviços dessas empresas, o pesquisador argumenta que a iniciativa não deve partir apenas do setor público. "O próprio segmento pode realizar feiras e eventos."

ATRAÇÃO
O principal atrativo, apontado por 57% dos entrevistados, para abrir seus negócios na cidade, é a facilidade de acesso a São Paulo e outros municípios.

Mas o elevado nível de renda da população do município não ficou para trás. Cerca de 48% dos participantes da pesquisa apontaram esta resposta como motivo relevante para se instalarem.

A terceira vantagem vista pelos donos das micro e pequenas empresas formais foi a disponibilidade de acesso à internet de banda larga.

Mulheres estão à frente das informais
As donas de casa, mães, aposentadas ou viúvas são predominantes no comando dos micro e pequenos negócios informais em São Caetano, como boleiras, costureiras e manicures.

De acordo com pesquisa do Inpes/USCS, a pedido da Sedert, 66,3% dos proprietários dos estabelecimentos informais são mulheres. E a maioria dessas empreendedoras tem idade acima dos 45 anos.

O coordenador do Inpes/USCS, Leandro Prearo, analisou que a perspectiva de vida das mulheres no município é alta, em comparação com as demais cidades do País. "Portanto o nível de viuvez também é elevado", destacou, indicando que elas procuram espaço no mercado para complementarem a renda. "Ou até mesmo para a subsistência."

Prearo destacou que o faturamento médio dos proprietários de negócios informais na cidade é de R$ 533. "O que reforça a ideia de que estão na situação não para sonegarem, mas sim para sobreviverem", avaliou.

FORMALIZAÇÃO - O levantamento revelou que mesmo com baixa receita, a maioria desses empreendedores acha justo o valor para se formalizar por meio do MEI (Micro Empreendedor Individual). O custo para atuar na formalidade, pelo programa, gira em torno de R$ 65.


OBS - Matéria veiculada no DIARIO DO GRANDE ABC, domingo, dia 13 de março.

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