Francisco Matarazzo Sobrinho, o “Cicillo” adquiriu em 1949 na cidade de Nápoles um presépio feito no século XVIII. Neste período Cicillo já era conhecido como um grande mecenas da arte paulista. Um ano antes havia sido responsável pela criação do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), do Teatro Brasileiro de Comédia e da Companhia Cinematográfica Vera Cruz (os dois últimos em parceria com Franco Zampari).
Quando chegou a São Paulo, o presépio, com mais de 1600 peças, foi guardado na sede da Metalúrgica Matarazzo. Logo, Cicillo fez a doação do presépio ao município, ficando responsável por viabilizar e custear sua montagem desde que a prefeitura oferecesse um local para sua exposição.
Foi convidada para ser guardiã do presépio e dirigir os trabalhos de montagem e restauro Lourdes Duarte Milliet, esposa do poeta Sérgio Milliet e irmã do jornalista Paulo Duarte. O trabalho consistia em limpeza, desinfecção e catalogação das peças. Foi feita a triagem, separando as que necessitavam de restauro das próprias miniaturas e de suas vestes. Lourdes contou com a ajuda de Gregório Torelli para recuperar algumas figuras, além de lhe ensinar técnicas básicas para a restauração e limpeza das imagens. A responsável pela confecção dos novos trajes foi Gabriela Pascolato, proprietária da Tecelagem Santa Constança, que também se prontificou a envelhecê-los, e aproximar suas cores das diferentes colorações de época.
Enquanto ainda estava desenrolando a burocracia da doação à Prefeitura de São Paulo, Cicillo obteve junto ao prefeito uma parte da Galeria Prestes Maia para a montagem. O projeto arquitetônico da primeira exposição foi de Túlio Costa, responsável pela pesquisa sobre arquitetura e costumes napolitanos do século XVIII.
Esta mostra foi inaugurada em quatro de outubro de 1950, dia de São Francisco de Assis – o “Patrono dos Presépios” (considerado o responsável pela popularização do presépio no mundo) ficou exposta durante 11 meses, para logo em seguida ser desmontada e guardada novamente na Metalúrgica Matarazzo.
Em 1956 foi aprovada a lei para receber a doação e, em 1957, o Presépio Napolitano foi transferido para o Pavilhão do Folclore, sob a marquise do Parque do Ibirapuera. Lourdes Duarte Milliet passou a ocupar o cargo recém criado na prefeitura de “Conservador de Presépios e Museus”. Ela e Cicillo passaram os 12 anos seguintes outros conjuntos de presépios do Brasil e do mundo com o objetivo de formarem o acervo de um Museu do Presépio.
Com o auxílio do prefeito José Vicente de Faria Lima, em dois de abril de 1969, o Museu do Presépio foi inaugurado com uma exposição no Pavilhão do Folclore. O prefeito seguinte, Paulo Salim Maluf transferiu o acervo para o Governo do Estado de São Paulo com o objetivo de integrá-lo ao patrimônio do Museu de Arte Sacra, que iniciaria suas atividades em 1970.
Em 1985 o Presépio Napolitano foi transportado para o Museu de Arte Sacra onde novamente foi guardado para que fosse providenciada a reforma de um lugar adequado para sua exposição. No ano de 1996, foi novamente exposto no Parque do Ibirapuera. Finalmente, em 18 de dezembro de 1999, o conjunto foi instalado na antiga residência do Capelão do Mosteiro da Luz, aí permanecendo até hoje.
A publicação é da Agência FOCA (http://agenciafoca.wordpress.com/2011/03/25/historia-do-presepio-napolitano-do-seculo-xviii/#comment-10).A Agência cita como fonte www.museuartesacra.org.br
A FOCA é um trabalho dos estudantes de Jornalismo da UNIP Campinas, na disciplina de Agência de Noticias.
sábado, 26 de março de 2011
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