domingo, 3 de julho de 2011

Pesquisa ABRASCA aponta otimismo das empresas para o semestre

Empresas mostram-se otimistas com a expectativa de crescimento econômico para este segundo semestre, após a arrefecida verificada nos primeiros seis meses do ano. Isto é o que aponta a Pesquisa de Tendências Macroeconômicas realizada pela Associação Brasileira das Cias. Abertas (ABRASCA) junto a suas 200 companhias associadas.

“Essa melhoria de expectativa se deveu ao início de um novo governo, que coincidiu com a data de apuração da pesquisa do semestre anterior”, justifica Antonio Castro lembrando que agora 59% dos respondentes apostam firmemente no crescimento do PIB.

No primeiro semestre, 71% indicaram estabilidade (ou seja, o PIB ‘andando de lado”) e apenas 5% crescimento.

INVESTIMENTOS
Outra boa notícia espelhada pela Pesquisa ABRASCA é que apesar da esperada elevação das taxas de juros - que ainda estarão em alta para 40% das respostas -, as companhias pretendem elevar seus níveis de investimentos. O contingente de respostas que apontava alta nos investimentos próprios no primeiro semestre do ano, de 16,7%, alcançou a marca de 60% nesta edição da pesquisa, reduzindo o número de respostas que apontavam queda de 50% para apenas 10%.

“As empresas estão mais confiantes, ao conhecer os rumos do governo e consideramos positiva esta sugestão de aumento de investimentos com capital próprio”, completou o presidente da ABRASCA.

VENDAS EM ALTA
A tendência positiva também foi assinalda no item volume de vendas das companhias, cujos volumes seguirão em alta para 63,3% dos respondentes, parcela que era de 71,4% no primeiro semestre. Em compensação, nenhuma companhia entrevistada espera queda nos volumes das vendas no segundo semestre do ano, frente aos 5% de sinalização de queda na pesquisa do primeiro semestre de 2011.

Nesse sentido, a demanda interna ganhou espaço frente às exportações: 23,3% das entrevistadas esperam crescimento das exportações no segundo semestre frente a 26,2% no pesquisa do primeiro semestre. A demanda interna, em contrapartida, será mais forte para 66,7% dos respondentes frente a 54,8% no primeiro semestre.

A expectativa para o nível de preços no setor é mais baixa. O nível de preços no setor de atuação da companhia será mais elevado para 46,7% das respondentes frente a um contingente de 50% que esperava preços mais elevados no primeiro semestre do ano. Em contrapartida, o patamar de custos também ficará mais alto para 66,7% das companhias frente a 54,8% no primeiro semestre.

MAIS INFLAÇÃO
O resultado dessa pressão sobre o nível de preços no setor será mais inflação para a grande maioria das entrevistadas: 70% das respostas apontaram um IPCA em alta no segundo semestre frente a 38,1% que esperavam elevação na pesquisa anterior. Outro indicador interessante quanto ao IPCA foi a ausência de qualquer resposta apontando redução no patamar do índice. Na pesquisa do primeiro semestre do ano 26,2% das respostas ainda esperavam redução do IPCA no período.

EMPREGO ESTÁVEL
Para as companhias entrevistadas, o nível de emprego no setor tende a ficar entre estável e em alta. A expectativa majoritária, 93,3% das companhias, acredita em um mercado de trabalho aquecido em seus setores de atuação. Contudo, a pesquisa mostra uma redução da expectativa de alta, saindo de 54,8% no primeiro trimestre para 40% nesta segunda edição da pesquisa em 2011.

O saldo comercial será mais elevado para 46,7% das empresas entrevistadas frente a 28,6% no primeiro semestre do ano. O contingente que esperava queda no saldo comercial também foi reduzido de 52,4% para 20%, resultado que espelha uma elevação das apostas de maior desvalorização cambial, saindo de 42,4% no primeiro semestre para 44% nessa edição da pesquisa.

O esforço fiscal primário será intensificado para 20% das respondentes, frente a 7,14% na pesquisa relativa ao primeiro semestre do ano. Como resultado, a relação dívida/PIB brasileira tende a ficar entre estável, 56,7% das respostas. Os contingentes que apostam em queda ou elevação praticamente se anulam: 23,33% e 20% respectivamente.

Em relação ao mercado acionário, expresso pelo índice da Bolsa de Valores de São Paulo - o Ibovespa – a expectativa é de estabilidade: o percentual de respostas com expectativa altista foi inexpressiva.

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