sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Exportações atenuam crise da economia brasileira

Segundo pesquisa ABRASCA, empregos e investimentos programados deverão ser mantidos

Pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Companhias Abertas (ABRASCA) com vistas às tendências macroeconômicas para 2016 apontam economia claramente em recessão, com o quadro de estagflação. A alta da inflação e o encolhimento do PIB (próximo de - 3%) são os pontos negativos apontados, enquanto o comportamento das exportações oferece algum alento no sentido de atenuar o quadro geral.

O relatório Focus, no Banco Central, aponta inflação anualizada de 9,46%, mas 100% dos respondentes da Pesquisa ABRASCA acreditam em índice superior a este. “Deverá ser maior que o apontado pelo BC, evoluindo para a casa dos dois dígitos”, comenta Antonio Castro, presidente da ABRASCA, acrescentando ainda que o desempenho do PIB “está se mostrando, crescentemente, maior que os números registrados até aqui, apontando para 3% negativos”.

A taxa cambial, na avaliação das empresas consultadas, favorece as exportações fazendo com que predomine a percepção de crescimento. “As exportações atenuam o quadro de crise, certamente, mas na análise da atividade setorial o que preocupa é o nível de aumento de custos de cada setor, com dificuldade de repassar para os preços dos produtos”, observa Castro.

EMPREGOS – Diferentemente da reação de alguns setores da economia nacional, o nível de empregos deverá ser mantido em 2016. “Na pesquisa, 85% dos respondentes apontam a estabilização dos empregos, deixando-nos um indicador positivo de que as companhias abertas manterão o nível dos empregos”, comenta o presidente da Associação.

Já em relação a investimentos, 77,3% indicam que os aportes programados estarão mantidos. “E estes deverão atrelar-se à eficiência, bem como na busca da redução dos custos de mão de obra e de outros custos”, pontua. De acordo com Antonio Castro, o indicador de investimentos na melhoria da eficiência produtiva deve ser visto com bons olhos.

No item financiamento, 78,9% das companhias o farão com recursos próprios, seguidos da captação de linhas de créditos direcionados devido às taxas de juros mais baixas. O contraponto negativo disto é que praticamente 90% das companhias que responderam à pesquisa não têm plano de emitir ações em 2016.

A pesquisa tem a chancela de 70 companhias associadas, de diversos setores e diferentes regiões do país. A ABRASCA reúne em seus quadros companhias que representam 81% do valor das empresas listadas em Bolsa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário