As mudanças climáticas têm impacto significativo para as empresas. O diferencial está na capacidade das companhias em proteger e gerar valor para os negócios. Essa questão foi o ponto de partida para o evento realizado ontem, 7, pelo CDP (anteriormente Carbon Disclosure Project) e ABRASCA, no campus do Insper, em São Paulo. "Companhias precisam estar atentas em não gerar incertezas sobre suas políticas de emissão de carbono e gerenciamento de água", enfatizou Antonio Castro, da Associação Brasileira das Companhias Abertas (ABRASCA).
Segundo Castro, a remoção das incertezas - que evitariam o impacto da precificação das ações pelos investidores - é um trabalho que deve contar com a integração das áreas de sustentabilidade e de relações com investidores. "Sem olhar para a água e o carbono, a governança não consegue ser sustentável", completou ele, que também preside o Conselho do CDP. Já a diretora do CDP Latin America, Juliana Lopes, destacou que a entidade é um instrumento eficaz na gestão de riscos e que os temas apontados pelo colega Castro não podem ser negligenciados . "Estes hoje são imperativos para se fazer negócios", pontuou. O CDP atualmente tem 822 investidores associados, que movimentam mais de US$ 90 trilhões e estão permanentemente atentos às emissões e a criação de valor pelas companhias no mundo todo.
Em suas intervenções, Roberto Gonzalez (VP do Conselho do CDP) destacou que "hoje todos os segmentos são impactados pelas mudanças climáticas". Com o que concordou o colega Sérgio Lazzarini, professor do Insper, destacando exemplos bem sucedidos de PPPs focadas na sustentabilidade, utilizando métricas propostas pelo Insper. Lazzarini também citou exemplo dos Estados Unidos com o Public Energy Performance Contractting e explicou de que forma investidores apoiam projetos e se remuneram a partir de seus resultados. Outros expositores passaram pela Conferência, como o diretor de Sustentabilidade da Braskem, Jorge Soto; o professor da USP Ricardo Abramovay ; o diretor da Allianz Angelo Colombo e o sócio da Gestão Origami Vicente Manzione, além da diretora de imprensa e sustentabilidade da BM&F Bovespa, Sonia Favaretto; Carlos Frederico Aires Duque, diretor-superintendente do Infraprev; Roger Oey, da Bloomberg; Alexandre Gazzotti, da Itaú Asset; Priscila Borin, professora e pesquisadora do Insper, e representantes da Amundi e da Hermes Fund.
Ao final, Antonio Castro e Juliana Lopes manifestaram otimismo com o evento - que reuniu 100 pessoas nesta primeira edição - ao discutir cases e propor maior pró-atividade das companhias brasileiras e latinoamericanas em suas responsabilidades socioambientais, criando valor não só para elas próprias, como para a sociedade como um todo.
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