domingo, 21 de fevereiro de 2010

Professores da USCS identificam farto mercado de trabalho para mainframes

Veja artigo publicado na edição JANEIRO/FEVEREIRO de 2010 da Revista IPESI – Eletrônica & Informática
( http://www.ipesi.com.br/login/revistas/ei/165/view.asp?id=209)


O promissor mercado de trabalho em Mainframes

*Por Freitas, Macedo e Bognar
Nos últimos anos o mercado mundial de TI vem demonstrando alguma surpresa com os sólidos números apresentados pelas vendas de mainframes. Segundo pesquisas apresentadas pelo Gartner e pela IDC, o mercado mundial de servidores está em crescimento e a IBM é um dos líderes do segmento. O surpreendente nestes tempos de idolatração da plataforma baixa foi a constatação de que uma boa parcela do desempenho da IBM se deve à venda de mainframes System z. O desafio agora é a formação de mão-de-obra para sua operação.
Como fator para o crescimento de vendas desses sistemas, pode-se citar a alta capacidade de processamento, a segurança, a flexibilidade de utilização tanto para novas aplicações como para as tradicionais e a utilização de SOA (Service-Oriented Architecture) como arquitetura universal para novos aplicativos de negócios.
Muitos gestores de TI concordam que há grande desperdício de dinheiro e esforços de administração com as chamadas “fazendas de servidores”. Além disso, bancos de dados dispersos são difíceis de gerenciar e colaboram para a inexatidão das informações, gerando atrasos em execuções dos processos, dificultando a portabilidade dos dados e gerando gastos com manutenção.
Nesse cenário, processadores mais potentes e uma política de virtualização e consolidação podem otimizar recursos de infra-estrutura, reduzir custos de gerenciamento, diminuir o consumo e os custos de energia, de manutenção de hardware e software e valores de licenciamento.
Virtualizar tornou-se um dos principais temas para a eficiência em TI e sua implantação, com sucesso, requer servidores muito confiáveis e de alto desempenho. Esses requisitos fazem com que a arquitetura mainframe esteja em franco crescimento, principalmente por ser flexível, dinâmica, confiável e uma excelente solução para as empresas enfrentarem os desafios do imprevisível mundo dos negócios.
Em abril de 2009 a IBM comemorou 45 anos da comercialização do mainframe e não há dúvidas que há muito que se comemorar, principalmente se considerarmos a maturidade, evolução e vigor adquirido junto ao mercado corporativo.
O mainframe continua, indiscutivelmente, ocupando um lugar de destaque em TI das grandes organizações. De acordo com um grupo independente de usuários IBM, 70% das aplicações de missão crítica no mundo rodam em plataforma alta e isto significa ampliação do parque instalado e mercado em expansão.

Evidentemente o mainframe de hoje nada tem de parecido com o mainframe de 40 anos atrás, pois acompanhou a evolução cibernética, ficou mais ágil, mais compacto, apresenta alta disponibilidade, grande escalabilidade, virtualização e ainda a possibilidade da utilização de códigos abertos como Linux e Java. Este é o mainframe renovado que ainda está na base de muitos projetos extremamente arrojados e modernos de várias empresas.

O bom e velho COBOL, já dado como morto e enterrado muitas vezes, continua firme no ambiente de mainframe apoiando as principais aplicações de missão critica e convivendo com tecnologias mais recentes, como JAVA, PHP, C, .NET etc.

Passada a crise econômica, que congelou e adiou vários projetos, o mercado de TI começa a retomar seu ritmo de crescimento. Uma rápida busca na internet, principalmente nos sites de empregos, mostra que existem muitas vagas por profissionais especializados. Os setores de desenvolvimento, suporte e produção em plataforma mainframe vivem um momento de retomada, com ótimas perspectivas profissionais.

Segundo Antonio Gil, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação, o Brasil deve investir intensamente na ampliação de mão-de-obra qualificada. Para atingir a meta de expandir as exportações de serviços de TI até US$ 3,5 bilhões em 2010, o mercado demandará 45 mil novos profissionais. A base atual dos profissionais de TI deverá ser triplicada em dois anos e forte investimento em qualificação será necessário.

No caso da IBM há uma previsão de que a maioria das novas contratações de mão de obra técnica sejam destinadas para a exportação de serviços, suporte a mainframe e aplicações de VoIP. O mercado no segmento mainframe traz oportunidades tanto para quem tem nível superior completo quanto para quem está cursando a graduação. Em geral, principalmente para quem tem pouca experiência, muitas empresas prevêem a necessidade de treinamento dos novos funcionários após o registro em carteira.

Antecipando-se a esse cenário, a Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), através dos seus cursos da área da Computação, mantém constantes programas de capacitação e treinamento nas plataformas computacionais da IBM. No caso do mainframe, em1986 a USCS formalizou um convênio acadêmico que permitiu o acesso ao ambiente de uma grande empresa de TI, sediada no município de São Caetano do Sul.

Parcerias acadêmicas com a IBM têm ocorrido desde 1993, inicialmente por conta da utilização do sistema AS/400. Dadas as devidas proporções, o AS/400 guarda certa semelhança com a arquitetura mainframe, principalmente em termos de segurança, disponibilidade e utilização dos recursos do hardware e do software, facilitando a adoção dessa tecnologia pelo corpo docente e pelos alunos.

A partir das parcerias com a IBM, vários projetos foram desenvolvidos visando disseminar as tecnologias e capacitar profissionais para atuarem nas áreas de desenvolvimento de sistemas, suporte técnico e produção. Dentre os projetos desenvolvidos destacam-se os programas de capacitação de professores e alunos de outras universidades conveniadas com a IBM e treinamentos de funcionários de diversas empresas.

Na plataforma System z, a USCS participa do IBM Initiative Academic Program, que disponibiliza acesso remoto ao mainframe instalado na UNICAMP e prevê a transferência de conhecimentos técnicos ao corpo docente, para o acompanhamento da constante evolução tecnológia.

Conhecimentos em bancos de dados hierárquico e relacional, linguagens de programação Cobol e PL/I, monitores transacionais (CICS e IMS/DC), sistemas operacionais, e linguagem de controle foram incluídos nas grades curriculares de diversas disciplinas da área da Computação. A partir de 2010, a nova grade curricular implantada nos cursos prevê o tratamento de vários assuntos técnicos por intermédio da intensificação das aulas práticas. Adicionalmente, assuntos relacionados à integração da plataforma de grande porte com ambientes distribuídos, aplicações JAVA, Web Services, dentre outros, deverão ser estudados. Contando com o apoio da IBM, do ponto de vista da empregabilidade, a USCS espera proporcionar um diferencial competitivo no mercado de trabalho para seus alunos.


* Aparecido Valdemir de Freitas, Carlos Alberto de Macedo e Carlos Eduardo Bognar são professores da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS).

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