terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Pesquisa ABRASCA mostrará tendências macro

A Associação Brasileira das Cias. Abertas divulgará a sua Pesquisa Semestral sobre Tendências Macroeconômicas no próximo dia 28 de janeiro, no Rio de Janeiro.

Alcotra quer usina brasileiras

A empresa belga Alcotra, uma das maiores tradings de álcool e açúcar do palneta, teria US$ 500 milhões no jeito para investir na compra e construção de usinas no Brasil.

Informação é do Relatório Reservado do dia 19 de janeiro.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Zilda Arns, a pastora de crianças (artigo de Sônia Araripe)

Artigo

Zilda Arns, a pastora das crianças

* Sônia Araripe é Editora de Plurale em Site

Por dever de ofício, jornalistas são acostumados com notícias, principalmente as mais fortes. Como um médico que vê um acidente e parte logo para tentar salvar vida. Um jornalista não costuma salvar vidas. Mas faz, na medida do possível, a sua missão de relatar o ocorrido. E democratizar informação, antes restrita para poucos.

Nos últimos tempos, com a internet e todo avanço da tecnologia, qualquer um, com seu celular ou máquina, pode, de alguma forma, também informar jornalisticamente, um acontecimento.

Assim, as notícias mais factuais, o dia-a-dia, continuam com seu espaço, sua importância, mas um jornalista terá sempre seu papel: se o noticiário no dia seguinte já for “velho”, lhe restará a importante missão de fazer a análise, um artigo, um texto diferenciado para quem quer saber algo mais sobre aquele assunto.

Fui dormir ontem apenas com a notícia do terremoto no Haiti, sem muitos detalhes. Acordei hoje já com um cenário desolador. Eram centenas de milhares de feridos, mortos, prédios desabados, mortos.... E, por volta de 11h, tivemos a confirmação que D. Zilda Arns Neumann, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança, estava entre as vítimas fatais do atentado na capital, Porto Príncipe.

Aos 75 anos, ela tinha ido em missão oficial, para abrir uma representação da Pastoral no Haiti. No instante do terremoto – o maior do país, que é um dos mais pobres do planeta, nos últimos 200 anos – ela falava para cerca de 150 religiosos sobre o programa. Fecho os olhos e imagino... quase posso ouvir sua voz. Com aquele forte sotaque do Sul, puxado, em um tom quase professoral, firme, mas sempre doce.

Sociedade fraterna - Foi esta mesma voz que nos atendeu algumas vezes para entrevistas. A última foi na edição de lançamento de Plurale em revista, em setembro de 2007. Com muito orgulho, ela nos falava sobre os progressos da Pastoral. Contava também sobre o Brasil em transformação pelas mãos de voluntários, gente que, como ela, doava parte de seu tempo (no caso dela era integral) em prol do próximo. Principalmente de crianças. Ela também chegou a desenvolver a Pastoral do idoso, mas eram as crianças, sem dúvida, sua maior missão.

Esta entrevista nos marcou muito. A médica de formação mostrou-se uma grandiosa líder social. Com visão ética e de futuro não só deste Brasil. Mas do Brasil de nossos filhos e netos. Lembrou que todos deveriam mergulhar de alguma forma no mesmo processo de doação voluntária.

“A construção de uma sociedade fraterna, na qual haja Justiça, depende das atitudes de cada um de nós”, destacou. Tinha acabado de voltar de uma das tantas viagens aos confins da Amazônia. Nunca reclamava de nada, das distâncias, dos aviões pequenos e dos sustos provocados pelo mau tempo. Para ela, tudo tinha um colorido especial ao ver o sorriso da mãe de uma criança faminta que deixava a linha do risco da desnutrição e engordava a olhos vistos. “As ações da Pastoral salvam, a cada ano, 5 mil vidas”, lembrou.

Era positiva, empenhada, envolvida até a alma no programa que criou lá atrás, em 1983, juntamente com Dom Geraldo Majela Agnello, Cardeal Arcebispo Primaz de São Salvador da Bahia, que na época era Arcebispo de Londrina. Foi então que desenvolveu a metodologia comunitária de multiplicação do conhecimento e da solidariedade entre as famílias mais pobres, baseando-se no milagre da multiplicação dos dois peixes e cinco pães que saciaram cinco mil pessoas, como narra o Evangelho de São João. A educação das mães por líderes comunitários capacitados revelou-se a melhor forma de combater a maior parte das doenças facilmente preveníveis e a marginalidade das crianças. Após 25 anos, a Pastoral acompanha mais de 1,9 milhões de gestantes e crianças menores seis anos e 1,4 milhão de famílias pobres, em 4.063 municípios brasileiros

Soube, como poucos, fazer revolução por uma causa nobre: as crianças. Construir rede, conseguiu o envolvimento das mães, das voluntárias, cativou empresários, conquistou a adesão de políticos. Certa vez, um executivo privado lhe falava do desânimo diante de tamanha corrupção política. Ela concordou com o interlocutor, mas lhe alertou que se não se engajasse, de alguma forma, na vida pública da sociedade, seria difícil mudar este cenário. Ganhou ali, mais um “cordeiro” para o seu rebanho.


A mãe - No início de 2008, fazíamos uma visita para conhecer resultados de projeto social mantido pela Fundação Odebrecht, no interior baiano, região de baixo IDH, quando peço o cartão do entrevistado. Rogério Arns. O rosto e o sotaque já denunciavam, mas, apenas para comprovar, perguntei: “Parente de D. Zilda?”. Nem precisaria resposta, O brilho dos olhos o denunciou. E o especialista em projetos socioambientais, orgulhoso, confirmou sim ser filho da pediatra e sanitarista.

O que era para ser uma entrevista simples, sobre a região reflorestada em meio a uma grande devastação ocorrida no passado – com grandes melhorias sociais – acabou em bate-papo de jornalista encantada e de filho orgulhoso. Contei que Plurale em revista tinha acabado de nascer alguns meses antes. No primeiro número, a primeira entrevista pingue-pongue, tinha sido justo com a fundadora da Pastoral da Criança. Tornou-se uma espécie de “madrinha” nossa, guru de nossos ideais e de tantos e tantos outros. A médica, que era tratada como “mãe” por todos, também era um pouco a nossa mãe que ajudou a embalar e acalentar nossos sonhos. Sempre lembrando que nunca é hora para o desespero e sim de ter calma e acreditar que o bem sempre vence.

Ficamos os dois assim, devotos de uma só “santa”, porque não dizer. Transpondo para o terreno instável das vaidades humanas, tão fugazes, como dois jovens falando sobre seu ídolo de rock. Mas o momento, hoje relatado, mostra sua magnitude.

Rogério, o filho (ao todo são cinco), contou que D. Zilda sempre foi assim: abnegada, muito devota não só a Deus, mas principalmente de um ser tão pouco acreditado hoje em dia – o outro. Independente de credo, cor ou raça. “Ela sempre esteve pronta para ajudar os outros, fosse quem fosse, na hora necessária”, contou o herdeiro. Com um capítulo da vida pessoal pouco lembrado: precisou acabar de criar os cinco filhos praticamente sozinha depois do falecimento do marido, em 1978, sem jamais desistir da causa pública. E o que parecia ser só força interior da médica se transformou, com sua energia pessoal, em uma verdadeira onda, uma onda do bem, capaz de motivar cerca de 260 mil voluntários não só nos diferentes pontos deste Brasil tão continental, tão gigantesco, de carências tão urgentes, mas também em projeto internacional.

Este artigo, Rogério e família Arns Neumann, é para vocês e para todos os que acreditam ainda ser possível enxergar no próximo, no outro, a esperança de um Brasil melhor. De fazer, cada um a sua parte. Como disse seu tio, Dom Paulo Evaristo Arns, “não é hora de perder a esperança.”

Missão de paz
- Desde que se afastou do dia-a-dia da Pastoral, há cerca de três anos, D. Zilda tinha como sua maior prioridade justamente levar a mesma iniciativa para outros países. Continuava missionária: estava no Haiti nesta missão, de paz. Morreu falando para religiosos em uma igreja na periferia de Porto Príncipe. Fazendo o que mais amava: cuidar do próximo.

Algumas pessoas fizeram a comparação do trabalho de D. Zilda com o de Sergio Vieira de Mello, também brasileiro, também falecido em combate. Além de alguma semelhança do destino – serem grandes brasileiros, heróis, geniais e terem morrido em missões humanitárias - muito pouco há para avançar nesta correlação. A médica tinha um perfil messiânico, muito religiosa e, apesar de ter sido a maior guerrilheira na luta contra a desnutrição infantil, não atuou em guerras globais. Sergio era funcionário de carreira da ONU e desde cedo envolveu-se com missões humanitárias fora do Brasil, ajudando milhares de pessoas. Sua vida era uma zona de conflito.

p.s. Continuamos na esperança por boas notícias de outro herói brasileiro, Luiz Carlos da Costa, segundo homem na hierarquia da Missão da ONU no Haiti. Ele foi nosso entrevistado na edição 10. À família, nosso abraço.



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Principais trechos da entrevista de D. Zilda à Plurale em revista, em setembro de 2007:

“A construção de uma sociedade fraterna, na qual haja Justiça, depende das atitudes de cada um de nós.”


“Devemos valorizar as relações humanos e sociais, não só o que tem valor econômico e financeiro, e consolidar a ética orientada pela honestidade, pela solidariedade e a co-responsabilidade social.”


“O papel do Estado é executar políticas públicas sem desviar dinheiro”


“As ações da Pastoral salvam, a cada ano, 5 mil vidas”

“Os profissionais liberais, autônomos, trabalhadores públicos e privados também precisam ter compromisso com o bem comum. A pobreza, a baixa escolaridade, a violência e a corrupção só serão combatidos com a soma de esforços.”


“Com a inflação controlada, as famílias têm mais condições de ter acesso contínuo aos alimentos, o que é importante para o controle da desnutrição. O Brasil, mesmo assim, continua entre os países com maior índice de desigualdade do mundo.”

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Seminário discutirá Instruções CVM 480 e 481

Seminário promovido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), BM&FBovespa e Associação Brasileira das Cias. Abertas (ABRASCA) abordará as Instruções CVM 480 e 481 nos próximos dias 18, no Auditório da Bovespa, em São Paulo, das 8h30 às 13h; e no dia 19, das 14h às 18h15, no Centro de Convenção da Bolsa do Rio de Janeiro.

Inscrições, grátis, pelo email confirmacao@bvmf.com.br

TRANSPARÊNCIA MAIOR
As Instruções 480 e 481 da CVM representam um novo marco regulatório em matéria de disclosure. Conforme a I-480, o IAN acabou e agora existe o Formulário de Referência, alerando a forma de a companhia prestar informações. Em síntise, isto dará agilidade na hora de a companhia acessar novamente o mercado.

ASSEMBLÉIAS
No que diz respeito às assembléias, a I-481 traz importantes inovações que já valem para as AGO de 2010.

Curso de Mercado de Capitais para professores universitários

Professores do ensino superior têm mais uma oportunidade para conhecer e/ou reciclar conhecimentos sobre o mercado de capitais brasileiro. Entre os dias 1° e 5 de fevereiro próximo será realizada a 8ª edição do Programa TOP, com palestras das sete instituições integrantes do Comitê Consultivo de Educação, na sede da BM&FBovespa, em São Paulo.

As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até 25 de janeiro de 2010 pelo site www.comitedeeducacao.cvm.gov.br.

O Programa TOP foi concebido com o propósito de instituir um canal permanente de comunicação e relacionamento entre os professores e as instituições do Comitê Consultivo de Educação, que reúne a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e seis entidades representativas do mercado de capitais: Associação Brasileira das Companhias Abertas (ABRASCA), Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA), Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (APIMEC Nacional), Bolsa de Valores, Mercadorias & Futuros (BM&FBOVESPA), Instituto Brasileiro de Relações com Investidores (IBRI) e Instituto Nacional de Investidores (INI).